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terça-feira, junho 27, 2006

Escravos Mascarados


Observando essa obra de arte de Reynaldo Fonseca, o Mascarado, Óleo sobre Duratex, comecei a pensar sobre nós, seres humanos, o quão dependentes dos nossos sentimentos nós somos. E como reagimos a essa dependência quase inevitável.

Nós, os seres humanos, ora chamados de macacos, ora chamados de imagem e semelhança de Deus, ora chamados de vida inteligente, seremos nesse texto chamados de "joguetes".

Como Shakespeare narra em sua peça, "Romeu sofre a paixão em vez de atuar nela, tanto quanto sente-se joguete frente às forças do destino/fortuna" (retirado de Espaço Academico), assim o somos também. O ódio, o amor, o medo e a certeza nos dominam e somos escravos totalmente submissos a esses sentimentos, sem nem a esperança de termos uma bondosa e manipulada princesa, como em nossa brasileira história, para assinar nossa "Lei Áurea" e nos libertar dessa nossa humilhação.

Verdade, meus nobres amigos, vagabundos ou não, somos joguetes dos sentimentos. Eles brincam com nossas ações e pensamentos, eles nos dominam e riem de nossas atrapalhadas atitudes de meros sentimentais. E não adianta dizer que você domina seus sentimentos, pois não consegue.

Existem aqueles que conseguem acorrentar os sentimentos, porém, não há como acorrentar um só deles. Eles são ligados uns aos outros. Assim, todos os sentimentos ficam acorrentados por alguns espertalhões, que se tornam frios e calculistas. Ah, doce ignorância, tão pura quanto a água do Rio Tietê em plena Marginal. Quando se menos espera, os sentimentos vêm a tona e nesse momento, o tão esperto joguete (ser humano) passa a condição de dominado imediatamente, e suas ações são totalmente impensadas e aleatória, como uma brincadeira de roleta russa, onde apenas uma bala é colocada no revolver, e há um revesamento de tiros sobre a cabeça dos participantes, até que um descobre mortalmente onde ela se encontra. Incrível como somos joguetes patéticos.

E, para aliviar nossa escravidão aos perversos (mesmo que alguns sejam prazerosos) sentimentos, criamos máscaras. Sim, como na obra acima postada, vivemos máscaras do que queremos que os demais joguetes (seres humanos) vejam. Existem estudos sobre isso, que para cada situação devemos ter uma máscara, natural. A loucura está na produção desgovernada e capitalista (num capitalismo sentimental, onde "vendemos" a preços concorrenciais nossas diversas caras) de máscaras, que acabam por nos dominar.

Pense, como você se comporta com sua famíla, como você se comporta com seus amigos, como você se comporta no trabalho/faculdade, como você se comporta sozinho. Para cada momento, você age e fala diferente, mesmo que seja uma diferença sutil demais até mesmo para você perceber. Essas são as máscaras a que me refiro. Todos nós evitamos que o mundo nos veja totalmente como somos interiormente, pois isso é expor totalmente o seu sentimento e assim se tornar tão frágil quanto uma bolha de sabão.

Sei que alguns podem ler esse devaneio do vagabundo que vos escreve, e discordar totalmente de minhas afirmações. Tudo bem, não estou aqui sendo o chefe das opiniões de uma população, e simplesmente expondo minhas idéias e devaneios. Porém, a vida é cheia de opiniões e nem mesmo os mais conceituados filósofos concordam entre si. Mas uma coisa é certa... somos joguetes. Seja dos nossos sentimentos, seja de nós mesmos. E estamos ávidos por arrumar desculpas por nossas ações, assim como ser dominado por sentimentos. Somos joguetes engraçados.

Um forte abraço!

1 Comente:

At quarta-feira, agosto 16, 2006 8:07:00 PM, Anonymous Anônimo disse...

amigo que surpresa ao ler o teu blog , simplesmente lindissimo assim como tu nobre de alma e coração
mil beijos ternos em ti ****
Lolit@

 

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